quinta-feira, 27 de novembro de 2008

1- LIVRO: INSTRUMENTO DE MUDANÇA




O interesse da população brasileira pelos livros tem aumentado gradativamente nos últimos anos

O livro é um instrumento básico para o acesso à informação, no entanto, o cidadão brasileiro é conhecido como mau leitor. Uma pesquisa realizada pela Câmara Brasileira do Livro – CBL – aponta que a média anual de livros lidos é inferior a dois exemplares, no Brasil, enquanto na Europa, por exemplo, varia entre seis e sete. “A leitura precisa ser estimulada pela família e amigos quando somos crianças porque quem cria o hábito de ler até os 12 anos tende a ser um leitor ativo na maioridade. Caso contrário, lerá apenas o que for obrigatório”, revela o diretor executivo da CBL, Antonio Antogini.

Além do estímulo, é preciso lembrar que outros fatores impulsionam o baixo hábito da leitura nos brasileiros, isso porque comprar livros ou ir a uma biblioteca é privilégio para a minoria no País, principalmente, para quem mora nas periferias. Em Guaianazes, no extremo leste de São Paulo, existe apenas uma biblioteca para “abastecer” uma população de quase 600 mil habitantes.

“Sempre deixei os livros de lado e agora eles me fazem falta”, revela a moradora da região Débora Luciano Martins, 19 anos, que entrou em um cursinho comunitário para enfrentar o vestibular de Pedagogia. O relato da estudante revela a situação atual de milhares de jovens vestibulandos de baixa renda. Para reverter esta situação, a Câmara Brasileira do Livro e a Organização não-governamental Leia Brasil trabalham para mostrar a importância do livro na cultura, na inserção social e do conhecimento, enfim, no exercício da cidadania. Um levantamento divulgado em 2003, pelo Ministério da Educação, revela que mais de 16 milhões de pessoas não sabem ler nem escrever um simples bilhete, e se somarmos os “analfabetos funcionais” (pessoas que não concluíram os quatro primeiros anos do ensino fundamental) os índices atingem a marca dos 33 milhões. “Não existe país democrático e igualitário sem leitura, e os livros são essenciais para inclusão do cidadão na sociedade”, acredita Antogini.

De acordo com a CBL, mesmo com a deficiência de leitura, os números de livros consumidos no Brasil (350 milhões) superam os índices de toda América do Sul. E o interesse da população brasileira pelos livros tem aumentado gradativamente nos últimos anos. Na década de 90, os livros de Auto-Ajuda eram mais requisitados, hoje, os de Direito e Literatura são mais procurados perdendo apenas para a Bíblia, que é o livro mais lido do mundo.

Segundo dados da Sociedade Bíblica Brasileira (SBB), cerca de 8 milhões de exemplares de Bíblia são distribuídos no País, anualmente. “A Bíblia traz valores para a vida humana, em família, e em sociedade. Além disso, tem um valor religioso ou espiritual”, acredita o professor e gerente da SBB Erní Seibert, e conclui que “a leitura abre horizontes, esclarece, orienta e também educa”.

“Desde pequeno tive o incentivo da minha mãe, por isso, aprendi a ler e escrever antes de entrar na escola, aos cinco anos”, admite o estudante universitário Caio Valenzuela Copatto de 21 anos.

Segundo Copatto, o apoio familiar é fundamental ao estímulo da leitura. Por isso, hoje os livros fazem parte do seu cotidiano.

Nenhum comentário: